FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A JUSTIÇA SOCIAL, EDUCACIONAL E CURRICULAR: ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES
DOI:
https://doi.org/10.31639/rbpfp.v17.i36.e803Palavras-chave:
Formação de professores, Justiça social, Justiça Educacional, Justiça CurricularResumo
Este ensaio aborda os princípios que fundamentam a formação de professores para justiça social, educacional e curricular, considerando as contribuições de Candau, Paulo Freire, Cochran-Smith e Zeichner sobre esta temática. Partindo dos conceitos de igualdade e diferença, correlacionados com os constructos desses autores, o texto explora caminhos possíveis para a formação de professores que se beneficiem da diversidade que marca invariavelmente a escola e que promovam o enfrentamento da desigualdade educacional que condena ainda mais uma significativa parcela da sociedade brasileira já alijada de seus direitos civis, sociais e humanos. A docência é destacada como atividade-fim com potencial de emancipação dos sujeitos pela via de práticas pedagógicas comprometidas com aprendizagens contextualizadas e significativas para todos os alunos em suas potencialidades. O propósito é evidenciar como a formação docente para a justiça social, curricular e educacional é condição inerente para a construção de uma escola cada vez mais inclusiva, e democrática.
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